CRO-RS reivindica mais dentistas na rede pública

O Conselho Regional de Odontologia (CRO) denuncia a falta de dentistas na rede pública contra um excedente de profissionais formados e disponíveis em Porto Alegre. Os dados estão relacionados com os indicativos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde no Brasil. De acordo com o CRO, há um dentista público para cada 14 mil habitantes da Capital, quando a relação deveria ser de um dentista para cada 350 pessoas. A OMS recomenda que exista um dentista para cada 1,5 mil habitantes.
O Ministério da Saúde diz que o ideal é um profissional para cada mil indivíduos. Conforme o presidente em exercício do CRO, Flávio Borella, a sobrecarga sobre o atendimento público, que torna "precária" a qualidade dos serviços, ocorre pela lentidão dos agentes públicos em contratar os profissionais de saúde. "O serviço no SUS não é ruim. Há problema quando a demanda é muito maior do que a oferta", definiu o dirigente.
Borella afirmou que um estudo feito em conjunto com a Câmara Municipal de Porto Alegre busca mapear a oferta pública de saúde bucal, por meio de visitas a todas as unidades de saúde da Capital e Equipes de Saúde da Família que possuem dentista. O objetivo é avaliar as condições de trabalho desses profissionais e o atendimento oferecido à comunidade.
Segundo Borella, os trabalhadores que faltam na rede pública estão alocados no sistema privado. "Só que a população de baixa renda não tem acesso a eles. Isso provoca graves situações de sofrimento físico e constrangimento social, pela importância que a saúde bucal ocupa em nossas vidas", argumentou. Ele disse ainda que o problema é localizado na Capital e em outras regiões de grande concentração populacional. "Há municípios com boa qualidade de atendimento, como Canoas, Pontão, Campo Bom, Caçapava do Sul e Guaporé", exemplifica. O CRO cobrará providências.


Fonte: Jornal Correio do Povo - 02/08/2010 | Geral - p. 19